
(Resulta tan raro encontrar un periodista que sea poeta, y además filósofo, que no puedo resistir la tentación - en realidad resisto poco o nada a las tentaciones- de traéroslo. Al menos, un fragmento. Es una sorpresa gratificante y esperanzadora. Todavia quedan mentes lúcidas, en medio de lo otro).
A merda é prova de vida. O resto é azar.
Na terça-feira tivemos o desprazer de descobrir inúmeros
depósitos de fezes deixadas por dois bichos que adoramos (as osgas e os
andorinhões) em duas especialidades de lavandaria das quais dependemos: as
toalhas de casa-de-banho que usamos para secar as mãos e os lençóis da cama
estendidos ao sol em que nos deitamos.
Cagaram-nos tudo. E nós ficámos felizes. É na terra como no
céu: as lutas intestinas são as piores de todos. As toalhas e os lençóis
regressaram à máquina de lavar. Mas os andorinhões e as osgas continuam a fazer
parte da vida e a agir - correctamente - como se tudo lhes pertencesse.
02/06/2016 –
Diario Público.pt
PD.- Las metáforas que encierra el texto, y su relación con lo de siempre, no creo que necesiten especial interpretación. La traducción, tampoco.
No hay comentarios:
Publicar un comentario
Opinar es una manera de ejercer la libertad.